sábado, 26 de dezembro de 2009

F E L I C I D A D E




É quando a gente não cansa de sorrir
É deixar os outros ficarem felizes pela gente
É chorar estando feliz
É abraçar, beijar e dizer obrigado
É ouvir, cantar e gritar
É sentir tudo ao mesmo tempo.
Felicidade
É batalhar por aquilo que a gente sonha
É acordar cedo, dormir tarde
Abrir mão do tempo livre
Deixar de fazer o que a gente gosta
E, às vezes, fazer o que a gente não gosta.
Felicidade
É também sentir tristeza, insegurança, fraqueza
E continuar assim mesmo...
É duvidar da nossa própria capacidade
E não se sentir superior a ninguém.
Felicidade
É superar nossos limites
E se surpreender com nossa força...
Felicidade
É arriscar mesmo tendo medo de errar
Felicidade
É a ansiedade...
Felicidade
É a demora...
Felicidade
É a certeza...
Felicidade
É se sujar dos pés à cabeça
e não se importar com isso...
Felicidade
É no final de tudo poder gritar:
Eu consegui!

Aline Monteiro

Para Caroline Larissa Mesquita, caloura UNIFAP 2010 - português inglês

domingo, 20 de dezembro de 2009




Que tristeza não ler um poema

E saber que ele existe

Um fio de esperança se desfaz

As luzes se apagam...

Deixar de acreditar

É voltar um degrau

É morrer um pouco

A cada dia...

Promessas são meras palavras

Guardadas no peito de quem ouviu

Distorcidas por quem as mentiu.

Difícil demais ser quem realmente

Se é?



Aline Monteiro

domingo, 6 de dezembro de 2009

Cartas ao Chão



Abri o livro que encurta a memória

Um livro sem capa e contracapa.
O amanhã que desenho a lápis

Logo me encarrego de apagar

Com as próprias mãos, é verdade

Mas se não sou eu

Quem o faria?

Se eu não lembrar o que fiz

Sei que ninguém lembrará.

Não sou a forma a me adaptar ao meio

Eu me moldo às formas que aprendi

Que vi e repeti.

Sou o contorno a me repelir do inimigo

A me esquivar do perigo.

E me entrego às minhas próprias armadilhas...

Penso uma vez, penso outra vez e me atiro

Sem que nada me prenda.

Não vejo coragem em dizer não

Vejo sobrevivência!

Se alguns poucos param

E me lêem

Talvez ninguém entenda!

Deixo passar porque

Nem sempre tenho um plano B.

Nem sempre há o que dizer...

Nem sempre tudo vale à pena!

E tudo se volta ao sonho louco

De viver o que já passou

De viver o que ainda não existe!



Aline Monteiro


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Migalhas

 

Se forem, amor, migalhas que teimam em te oferecer
Peço que não as aceite!
Porque sem matar a tua fome logo se acabariam
Mesmo sabendo que a fome que tens
Surpreenderia o mundo.
Raros são os que conseguem saciá-la, ou pensam saciar.
Se forem migalhas, amor
Não aceite...
Porque sei que não te serviriam
Nem hoje, nem em um milhão de anos!
Diga que tua alma é nobre
Por não oferecer migalhas a ninguém
Grita que teu sonho é maior
Que qualquer pedaço de qualquer coisa!

Aline Monteiro


(Para my girl, a incompreendida, a insaciável!)


domingo, 1 de novembro de 2009



Às vezes, me pego repetindo palavras,
Reinventando sonhos,
Colorindo dores.

Escrevo páginas e páginas
E continuo com fome!


Aline Monteiro

sábado, 31 de outubro de 2009



...me faça chorar, e o meu sorriso para ti se calará
E eu recomeço...
Os sorrisos tornam-se raros
Incondicionalmente verdadeiros
E a tristeza, literalmente insana!
Palavras são cuidadosamente pesadas...
Agora minuciosamente comedidas.
E eu continuo...
De verso em verso
De poema em poema
A escalar montanhas
A me diluir em sonhos...

Aline Monteiro

domingo, 18 de outubro de 2009

O Silêncio e as Palavras

As palavras não são enfeites
A serem trocados de lugar,
Ou serem limpos da poeira
Depositada pelas horas.
Que podem ser devolvidos,
Que são jogados fora quando
Tornam-se inconvenientes.
As palavras envelhecem
E não podem ser substituídas
Por neologismos.
Elas ficarão guardadas nas páginas
Da memória dos que as usaram,
Dos que as ouviram.
Principalmente dos que as ouviram...
E aos que não as ouviram
Permanecerá o silêncio
A espera da resposta,
A verdade não dita,
A incompletude da vida.

Aline Monteiro


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Entre Verdades


Vem me conhecer de verdade...
Chegue mais perto
Que eu tiro a máscara.
Deixe-me ser dona do teu tempo
Que ele então fará sentido.
Vem conhecer a minha vida
E sentirás orgulho da tua.
Traga-me folhas em branco
Para buscar tuas respostas
E eu te mostrarei que não há
Verdade alguma!
A não ser as verdades que inventamos
A não ser as que iremos inventar
E esqueceremos, por fim
as que foram inventadas
Esquecer... Lembrar
Lembrar e esquecer...
Viver?
É o que todos dizem...


Aline Monteiro

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vida


...e voaste com teu belo par de asas até o céu.
Brincando de esconder entre as nuvens.
Será doce ou amargo o gosto da vida no céu?
Teria as alegrias e tristezas daqui?
Será que conseguiste alcançar o azul infinito?
Ultrapassar as barreiras do universo?
Vencer o calor do sol, quem sabe!
Realizarás o sonho adormecido
Dos homens, tão vivo na infância.
É preciso partir pra que aconteça?
Quem é que decide a hora de partir afinal ?
Quem?
Sei que viverás muito além das lembranças.
E nos sonhos serás real.
Tão vivo quanto o oceano e a chuva em dias comuns.
Exatamente assim, como tem que ser.
Serás o próprio vento.
Que ao bater à porta fechada
Encontrará uma fresta na parede
Pra avisar que há vida lá fora.
No teu mundo, além das nuvens
O sol também pode ser azul
Aquela chuva da tua partida
É a mesma que lava o mundo num dia ruim.
Leve, fria e necessária.
E mesmo que sejas apenas um menino, voe...
Mas voe o quanto puder
O quanto quiser
Voe o vôo mais alto que possa existir
O mais alto que possa imaginar...
Até que ninguém possa mais te encontrar
Até que decidas voltar
E mesmo que não voltes... Voe.

Quem decidiu a hora da tua partida?


Aline Monteiro

Guardo um retrato teu e a saudade mais bonita...
(Para Márcio Eduardo com todo o meu amor!)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Aos vencidos

A felicidade é tão curta
Que não se deveria perder tempo
escrevendo sobre ela.
Escrevo quando estou triste,
Quando estou cansada.
Escrevo quando a limitação
das outras pessoas acabam
limitando os meus desejos
Se a dúvida e a curiosidade
não existissem
Não sairíamos da idade da pedra.
Então, respiro fundo, fecho os olhos...
E depois de um sorriso irônico
Prometo a superação
não aos vencidos
Mas a mim
e somente a mim!
Aline Monteiro

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Atemporal


Eu costumava ver o mundo através do tempo
Subjugar as novidades
Apreciar o lugar comum
Medir o afeto pelo tempo
Como se o amor pudesse esperar a hora certa de acontecer
Ou se desmaterializar num adeus...
A verdade é que a vida não conta o tempo
E o tempo não obedece a ninguém
Segui a lógica do que se costuma dizer
Sobre ele:
O tempo não existe na felicidade
Mas é cruel na tristeza
Às vezes, pedia ao tempo que fizesse mais do que o seu papel
Que prolongasse sua duração e a aflição de quem espera
Por outras vezes, que se fizesse o objeto mais veloz e acabasse
Com um abraço e o último beijo...
Eu costumava ver a vida através do tempo
Encaixar a minha vida em um modelo cronológico...
Hoje o nascer do sol é quem me acorda
E me faz repetir dia a dia: ainda há tempo!

Aline Monteiro

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A vida é um poema


A vida é um poema de versos tristes
Tristes como as derrotas
Que insistimos em estampar na camiseta.
Tristes como a nossa
Imutabilidade à tragédia,
Nossa mudez ao caos...
A vida é um poema de versos tristes.

A vida é um poema de versos melancólicos
A esconder nossos medos
A maquiar nossas fraquezas,
A matar quem realmente somos...
A vida é um poema de versos melancólicos.

A vida é um poema de versos mudos
Mudos como a voz do desconhecido,
Como a voz de alguém na multidão,
Como a voz do mais fraco,
A voz do miserável,
Como a voz dos que gritam...
A vida é um poema de versos mudos.

A vida é um poema de versos envenenados
Envenenados pelas palavras que saem da TV,
Pelo que falam nas rádios,
Pelo que lemos nos livros,
Revistas, jornais, outdoors, placas,
Propagandas, embalagens...
A vida é um poema de versos envenenados.

A vida é um poema de versos envelhecidos
Empoeirados pelas promessas sem fundamentos,
Pelos planos inúteis,
Pelos pedidos de desculpas...
A vida é um poema de versos envelhecidos.

A vida é um poema de versos coloridos
Coloridos pelo alaranjado do pôr-do-sol,
Pela fina chuva que cai no fim do dia quente,
Enfeitada pelo sorriso de quem amamos,
Pelas doces lembranças da juventude,
A vida é um poema de versos coloridos
Coloridos pelo choro dos que acabaram de nascer...

Aline Monteiro

domingo, 26 de julho de 2009

Talvez eu ainda não tenha as respostas
Que tanto procuras
Mas tenho certeza que
Não é se escondendo
Que você vai encontrá-las.

Não me importaria
De procurá-las com você
Mas dependo da sua vontade

Não pretendo insistir
Pra não forçar a barra
A decisão é somente sua

Só não posso esperar
Por muito tempo
Porque já esperei demais

Sei que és muito inteligente
E vais me entender
Só não posso esperar mais

Sua amizade sempre será bem-vinda
Mas para isso, eu exijo sua confiança e sinceridade
Jamais a sua fidelidade.

Eu só preciso de uma chance
Pra poder acreditar, pra te fazer acreditar...
Mas ainda dependo da sua vontade...

(Aline Monteiro)


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pedaço de mim


Não há ressentimentos que resistam à tua presença
Nem ódio ou rancor.
O teu olhar é calmaria em tempestades
O teu sorriso é musica aos meus ouvidos.
Procuro em teu rosto
Alguma coisa do meu passado
Algum traço, alguma semelhança.
Nada em ti me parece novo
Pois, sinto que te conheço há décadas.

Por mim, nenhum mal
Chegará aos teus pés
Não haverá pessoa no mundo
Que te faça chorar.

Quero te contar histórias
As mais loucas e engraçadas
E te ensinando
Queria que você aprendesse
O que eu aprendi
A gostar sozinha

Quero seguir os teus passos
Pequenos, desajeitados
Seguir teus gestos...
Segurar tua mão
Olhar-te por horas e horas
Dormindo...
Só por olhar...

Viva em meus sonhos
Os mais lindos
Seja feliz
O tempo inteiro
Que eu seguirei sonhando
Sempre
Minha vida, meu irmão
Pedaço de mim!

(Ao meu querido irmão Arthur)

Aline Monteiro

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Fim de festa


A noite dura algumas horas
Pessoas, um pouco mais...
Uma noite não é suficiente para uma festa
Uma vida pode ser muito tempo para alguém
Ou nada...
A música alta percorre avassaladora por entre a gente
Faz-nos dançar
Esquecer tudo
Existem coisas que não se esquecem
Não se esquece jamais o cheiro de alguém...
O corpo é uma peça em exposição
À venda
Não há dinheiro que compre um momento...
Um dia que passou
Um dia que não acontecerá.
A festa termina quando a música acaba
A vida continua
Quando ainda restam motivos...

Aline Monteiro

terça-feira, 30 de junho de 2009

Declaração de amor


O meu amor está guardado
No fundo de uma gaveta
Numa página de caderno
Num poema sem rimas
Em linhas paralelas
Frases quebradas
Palavras mudas
Em reticências...

O meu amor voa livre
Nas paradas de ônibus
Nas ruas escuras
Nos quarteirões vazios
Na cidade surda.

Invade a noite
Para nada me dizer
A cantar
Uma canção antiga
Que há tempos não ouvia

Sem rosto
Esconde-se nas manhãs
De todos os dias

O meu amor não sabe...
Mas vive em mim
Em todas as partes
Lugares e esquinas

O meu amor estará guardado
Nas páginas em branco
Em poemas de amor
Que ainda vou escrever...

Aline Monteiro

terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu te encontrei

...e nos encontramos em um labirinto de palavras.
Eu te desenhei em meus versos.
Eu me vi em teus olhos.

Como é doce o sabor do encontro
Assim tão inesperado
Quando de mim estavas tão longe.

Eu te contava o trivial,
Histórias de um coração cansado
Cansado de tanto esperar.

Enfim, saíste dos meus sonhos
Agora posso te ver, sentir, tocar...
Será que agora posso te amar?

Mas acredito ser
Tarde demais pra perguntar
Se há tempos que te amo.

É fato, amor. Não é mais sonho!
E direi a todos que duvidam
De que nosso encontro, amor
Não é mais sonho!

Aline Monteiro


quinta-feira, 11 de junho de 2009

eu



eu (assim mesmo com letra minúscula) sou alguém que sonha, talvez alto demais, por outras
vezes com os pés colados ao chão...porém jamais alguém tão pobre de espírito me impedirá de sonhar!
Sonhar meus sonhos impossíveis, os mais calados, os mais escondidos, os mais secretos...
Sonhar também meus sonhos corriqueiros, meus sonhos pequenos
Que vou realizar aos poucos bem devagarzinho, sem pressa
Que é pra ter o gostinho de viver um por um
Ter o pequeno prazer de vê-los se materializarem, diante dos meus olhos
Não me aprece não! Que meu tempo corre assim... Quase parando... Parado
Talvez o maior pecado do mundo seja esse: esse de destruir sonhos
Ou impedir que eles se realizem, pela má vontade, pelo egoísmo, pela inveja
Mas acredito que o maior obstáculo seja essa coisa que segura nossa mão, que puxa nosso braço,
essa palavra pequena e tão pesada, que me cala a voz nesse momento
Porém a cada pedra chutada, e atirada em quem ousar me atingir, a quem ousar me parar
Juro vencer esse medo a cada sonho realizado!

(Aline Monteiro)

Em tuas mãos



Não, espere!
Não me fale sobre regimes,
Convenções
Eles me tiram qualquer vontade de viver!
Diga-me algo novo
Algo que desconheço
Conte-me uma mentira
Mas bem inventada
Não para acreditar
Mas para dar boas risadas
D o que se costuma inventar sobre a vida
Sobre nossa suposta importância
Esqueça as flores,
Solte esse copo
Alguém precisa
Da tua mão...
Livre, limpa...

Aline Monteiro

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Se te faz bem ouvir
O meu eu te amo
Saber disso me enobrece,
Faz-me sentir feliz
Por te fazer feliz
Mesmo que por alguns minutos, segundos...
Não importa.
Estamos distantes de tudo e de todos
Estamos longe de um fim
E há anos luz de todas as respostas.
E se nada está à nossa frente
Que seja eterno então esse começo
Que o primeiro passo vença
Os minutos, as horas, os dias...

Aline Monteiro

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Arcanjo

Segurou seu destino com garras de rapina
Fez dele seu aliado, para que nada lhe faltasse
Sonhou o impossível
Trouxe o seu sonho para perto de si
E tornou-o realidade
Fez do seu medo firmes escadas
Que o elevassem
A tantos lugares onde desejou ir
O Arcanjo em seus sonhos
Transformando pedras em magnólias
Rosas em sementes
Ou deixando que galhos sejam galhos, simplesmente.
Meu Arcanjo
Que acorda quando todos fecham os olhos
E mesmo dormindo é capaz de sentir
O que ninguém ousou sonhar
A palavra: seu grito, seu sussurro, sua voz!


Aline Monteiro

domingo, 5 de abril de 2009

Teus Olhos


A beleza, meu amor,

Está em teus olhos

Na tua maneira de ver as coisas

Nesse mundo tão louco

Onde a verdade está perdida

Distorcida em idas e vindas

Meias verdades em meias mentiras...

Mas eu acredito, cegamente,

Em tua beleza

Na maneira doce

Em que escolhes as palavras

Da tua perfeição em combiná-las

Sem qualquer pretensão

E nenhum ensaio.

Pensar em algo belo, amor

É pensar em teus olhos!




(Aline Monteiro)