quarta-feira, 23 de maio de 2012

O horizonte que vejo



O horizonte que vejo
É esta imagem
Embaçada
Que me faz forçar a vista
A enxergar
Letras miúdas
Quase invisíveis...
O horizonte que vejo
São dois, três, quatro
Passos a oeste, a noroeste
Ao sul da imaginação
A um palmo do nariz...
O horizonte que vejo
É esta noite
Quente e estrelada
De grilos e cochilos
Sustos na madrugada...
O horizonte que vejo
É um ponto de interrogação,
Às vezes, exclamação
É esta reticência
No fim do poema...

                                                                    Aline Monteiro



“Se eu tivesse um barco, partiria agora...”
(Ribeiro Couto)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Contando estrelas



Guardaram o sol
Em uma caixinha de sapatos
Mas à noite esqueceram
De apagar as estrelas...

                                                            Aline Monteiro



“Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê
[...]
Sei que o vento que entortou a flor
Passou também por nosso lar
E foi você quem desviou
Com golpes de pincel...”
(Além do que se vê – Los Hermanos)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Súplica



Como teu cheiro
Não há flor que surpreenda
Pela cor que se esforça,
A fragilidade que suplica atenção...
Só teu cheiro desnorteia.

                                                                       Aline Monteiro



“Minha cor, minha flor, minha cara...”
(Espatódea – Nando Reis)