segunda-feira, 23 de julho de 2012

Farsa



Desviei o olhar
Enxuguei o suor
Disfarcei o nervosismo
Menti um poema

                                                  Aline Monteiro


“O que se perdeu foi pouco.
Mas era o que eu mais amava.”
(Sofrimento - Henriqueta Lisboa)

Sobre o mar



Será com o mar
O melhor encontro
Um caso de amor,
Amor de verdade
De arrepiar a pele
De fechar os olhos...
Amor em azul,
Amor em preto e branco...
Será com o mar
O melhor encontro...


                                                   Aline Monteiro


“...e eu vou embora
Sem mais feridas
Sem despedidas
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar...”
(Música – Vanessa da Mata)


Na foto, meu primo Marcos Rafael Monteiro

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Inês-Macabéa-Saraminda-Gabriela ou simplesmente Cris



Ela já foi Inês Pereira, Macabéa, Saraminda, Gabriela... Claro que tudo isso não passa de uma gostosa brincadeira entre as pessoas que a conhecem, mas a verdade é que ela tem um pouco ou muito dessas personagens, a ambição e audácia de Inês, o erotismo de Saraminda, sonhadora como Macabéa, graciosa e encantadora como Gabriela... Sem dúvida alguma Cris é múltipla e imprevisível, espontânea! Nada de ensaios! Até porque simplesmente não servem para nada, pura perda tempo... Sua especialidade é mudar o roteiro, colorir e enfeitar de modo que tudo fique mais leve e divertido!
E assim ela segue natural e sem ensaios, sem máscaras... Carregando o que há de mais importante e original: seus SENTIMENTOS! Mas nada que a impeça de uma vez ou outra (ultimamente sempre!) andar por aí escandalosamente LINDA, sobre um salto que a deixe (como ela mesma diz) dois dedos mais bonita! Mas de verdade? Sabemos que ela não precisa de nada disso, é IRRESISTÍVEL mesmo com os pés no chão, o cabelo ao vento e com a roupa mais confortável do mundo. Cris nos ensina a todo momento: a BELEZA vem de dentro! Ensinou-me que pessoas bonitas são verdadeiramente bonitas quando primeiramente se sentem bonitas (ela me ensinou a ser bonita, sim a gente aprende a ser belo!), pessoas bonitas encantam no olhar, não com uma roupa ou um sapato (meros detalhes...), pessoas bonitas te fazem sorrir, pessoas bonitas te fazem se sentir bem. São agradáveis, divertidas e inteligentes...
 Cris se tornou minha amiga, minha melhor amiga porque parece me conhecer mais que eu mesma, mas conhecer de assustar, a tal ponto que parece ler a minha mente, sonhar os meus sonhos e sentir os meus medos, Cris é minha amiga porque é, ao mesmo tempo, meu oposto e a minha metade, é a parte que me falta, é a parte que me transborda... Cris é o lugar que me encontro e que me reconheço, Cris é o pôr-do-sol que gostamos de admirar, é o almoço rápido e prático que ela se orgulha de saber fazer (e que eu adoro!), Cris é a aquela música antiga que nos remete boas lembranças é o poema que discutimos despretensiosamente, o filme que lagrimamos ao assistir juntas, o passeio de fim de tarde, o sorvete da boca da noite, as festas... E principalmente as longas e proveitosas conversas sobre o pôr-do-sol, o almoço, a música, o poema, o filme, o passeio, o sorvete, as festas, a chuva, o calor, o frio, a saudade, o sonho...
Cris está em meus gestos, na minha fala, em minhas lembranças, em minhas fotos, em meus diálogos, em meus textos, em meus poemas... Cris é o meu espelho, a minha alegria, o meu sorriso “gargalhático”, Cris é minha fonte de inspiração...
Cris tem e sempre terá a pluralidade dos personagens dos grandes e pequenos romances, do nosso cotidiano, do nosso imaginário secreto ou escancarado porque ELA é o próprio romance, inventado ou não, de final feliz ou incerto... Mas sem dúvida nenhuma sempre SURPREENDENTE!

Aline Monteiro
(Aprendiz da tua beleza)


             “... sem ela não há beleza...”
(Chega de saudade – Paulinho da Viola)

Entre Mim e Ela



Entre mim e Ela
Um rio...
Mas não é um rio
Que separa margens,
Que cria distâncias
Ou que alimenta saudades...
É um rio muito bonito
De todas as cores
De todas as flores
De risos mil
E de lágrimas bem
Mas bem passageiras...
É um rio que me alimenta,
É onde pesco histórias
As dela, as minhas
E as nossas histórias
De batalhas, de perdas, de dor,
De amor e amizade...
De conquistas e vitórias
De sonhos e alegrias...
Entre mim e Ela
Um rio...
Mas não é um rio
De cartas de adeus
Não é um rio de despedidas
Mas um rio de Diálogos
Conversas logo pela manhã,
Confissões antes de dormir,
É um rio de cumplicidades...
Entre mim e Ela
Há um rio
Um rio que me faz navegar
Nas doces águas da poesia
Nas ondas extravagantes da felicidade
E na imensidão de sua alegria...
Entre mim e Ela
Há um rio...

                                                                       Aline Monteiro


“Foi um rio que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar...”
(Foi um rio que passou em minha vida – Paulinho da Viola)

Cris rima com feliz, feliz aniversário! Je t’aime, mon mie! (porque sou fina também srsr)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Palavra nua




Gosto da palavra nua
Que sabe sentir o frio
De uma noite chuvosa...

Gosto da palavra poliglota
Que entende
A linguagem das ruas...

Gosto da palavra viandante
Que não se conforma
Em morrer dentro dos livros...

Gosto da palavra que fala
Às artérias do meu coração
Gosto da palavra
Que conduz sutilmente
Lágrimas minhas...

Gosto da palavra que pede licença
Que diz bom dia
Que suaviza circunstâncias
Que resolve conflitos...

Gosto da palavra redundante
Da palavra que erra a caligrafia
Que mata a gramática
Para fazer viver neologismos
Gosto de palavras inventadas...


Gosto da palavra que sorri
Que dialoga
Que divaga
Que enlouquece...

Para meu fim de tarde
Para o cair da noite
Quero a nudez das palavras...

                                                                   Aline Monteiro


“Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro,
Envergá-las pro chão, corrompê-las, -
Até que padeçam de mim e me sujem de branco”.
(Manoel de Barros)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Habilidade



Abram as janelas
Deixem entrar os livros
Teletransportados pelo vento...
Palavras tem asas
E sabem voar...

                                                      Aline Monteiro


“A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc, etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas”.
(Manoel de Barros – de “O livro Retrato do artista quando coisa”)