quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Foliã



Sobre o conforto da nossa amizade
O meu olhar voa perdido
Seguindo pensamentos soltos.
E de repente, tu me perguntas
O que eu tenho.
E eu te respondo:
- Eu não tenho nada.
São esses carnavais fantasiando
No meu peito é que me tem.



Aline Monteiro


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Teus Cabelos




Talvez eu me perdesse em teus cabelos
Só em teus cabelos...
Mas gostaria de, primeiramente olhá-los
Por longos e intermináveis minutos
Que eu não perderia tempo contando.
Repararia o tamanho dos fios
Distinguiria as cores
Imaginaria a textura, a maciez
Inventaria um perfume
Que minha certeza decretaria: é único!
E quando eu não suportasse mais
O desejo de tocá-los eu te pediria:
Deixa eu morar em teus cabelos?!
E se assim me permitisses
Como o descobridor do novo mundo
Eu te exploraria através dos teus cabelos
Tocaria fio a fio deles
Com a ponta dos meus dedos
Depois lentamente os entrelaçaria
Até o fundo dos teus pensamentos
Deslizando minhas mãos até a tua nuca
Para que delas fizesses teu divã
E repousasses teus anseios
E tudo mais que quisesses me dizer
Eu te ouviria
Em meu silencio mais sincero
E com toda a minha atenção
Sem que me pedisses
Eu te compreenderia...
Talvez eu me perdesse em teus cabelos
Só em teus cabelos...
 
Aline Monteiro




Abrigo



Há algum tempo que a paisagem não é a mesma
Foram inúmeras as chuvas
Que por aqui transbordaram
Os barquinhos de papel
A pescaria com linha de costura
As armadilhas na areia branca da construção
E era de repente que o sol surgia
Pontual, grandioso, absoluto
Dissipando o medo, secando o choro
A lama e o orvalho dos coqueiros
E do mato mais rasteiro
Que sonhasse em existir...
Sempre estive por aqui
Contando os dias de chuva
Assistindo aos dias de sol
Até perceber que meus olhos
Não eram mais os mesmos...



Aline Monteiro

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vicissitudes



... pediu tempo ao tempo
Queria organizar as coisas:
Chorar os choros guardados,
Recuperar velhas lembranças,

Sofrer suas dores internas,
Lamentar seus erros mais distantes,
Desejou sonhos antigos...
Como se ainda fosse aquela criança
Cansada de brincar o dia todo.
Uma criança saudosa dos pais,
Medrosa dos filmes de terror,
Uma criança cheia de solidão
Inventada pela tristeza
Não quista pela alegria
Que caminha sem parar
À procura de respostas
Nesse meu presente,
No meu instante,
No meu poema...
 
Aline Monteiro
 
 
"Eu tô cansado de sofrer,
Quero dançar sentir calor
E poder só olhar o universo em torno de você
Brilhando em vida, Sorrindo à toa
Só vibrando amor e paz
Vejo a Lua, lembro do sonho
Torço pra realizar
Sinto a noite, Penso em você
Lembro como é bom amar..."
 
(Sorri, sou rei - Natiruts)