quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Asas



Hoje eu quero ter asas
Para ir além do longe
Não vou perder pra ninguém
Se hoje eu for embora...

Hoje eu quero perder a memória
Para me perder
Quero esquecer tudo o que ouvi
Hoje eu quero me dar uma chance!

Hoje eu quero ganhar
O que realmente mereço
Não quero restos
Hoje só quero o que é meu.

Hoje eu queria apenas voar
E ver as coisas do alto...
Queimando...
Mas eu ainda não tenho asas...

Aline Monteiro



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval II



De um lado é festa e encanto
Alegria que cega.
Na letra do samba sonhos distantes:
Glória ao passado e esperança ao futuro!
Do outro lado a fantasia é real
Sem disfarce!
A marchinha de uma
Palavra só se aprende
Desde pequeno:
Moeda, Moeda...
Em frente à TV
O carnaval me convida a fechar os olhos
Afinal de contas é carnaval!
Mas em meu ouvido ecoa
Um refrão inconveniente:
MOEDA! MOEDA!
Na quarta os restos de lixo na avenida
Ainda não viraram cinzas
A marchinha continua
A me pedir muito mais que moedas!

Aline Monteiro

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Enigma



Eu tive um sonho estranho
Sonhei pela primeira vez contigo.
Era um sonho diferente de todos os outros
Nele pude abrir os olhos e ir ao teu encontro.
Eu te enxerguei romântico e real
Esperando por mim... 
Então me aproximei
Mas a cada passo meu
Te via mais distante e
E diferente de tudo o que procurava.
Surpreendentemente te vi
Testando a minha força
Com os enigmas mais absurdos e covardes.
Até que eu percebesse
Que esse tipo de sonho
São para os infelizes
Não para mim!


Aline Monteiro
           

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vende-se Poesia




Força abstrata de imensa magia
Com mais de 3.000 anos de existência
Validade para além morte
Para além vida
Para além sonhos

Vende-se Poesia

Seus donos antigos?
Cecília, Quintana, Pessoa
Florbela, Vinícius, Leminski
Eu, você, Tatiana, André, Joana...
Sem hierarquia

Aluga-se Poesia

De quê que tem?
Há tristes, estranhos, felizes
Tercetos, quadrinhas, sonetos...
Sobre o mundo, o abstrato, o profundo
Um pouco de mim, um pouco do José
Sem dinastia

Empresta-se Poesia

Pra quê serve?
Para dizer, ouvir, tecer
Estremecer, entristecer, esvaecer
Erguer, vencer, entender
Morrer
Sem nenhuma demasia

Doa-se Poesia!


Aline Monteiro

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Poema Inacabado




Eu apenas te dei as costas
Mas te disse adeus bem devagar...

E o tempo não parou
Tão pouco andou devagar...

Eu pensei que esse amor
Não tivesse força o suficiente
Pra parar o tempo.

Mas pra gente o tempo parou
Ele andou devagar...

Ele só não voltou atrás
Pra reparar os erros
E dar às horas o que  faltou...

O tempo ainda espera ansioso
Pra nos ver sorrir
Pra nos ver parados no tempo...

Aline Monteiro