quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Motivo



Me pergunto mil vezes por dia
Se ainda te espero
Quanto a isso
Não me tenho segredos
Sim, eu te espero!
Espero descaradamente
Peito e coração abertos
Alma serena,
Sem tanta ansiedade
Pois estou aprendendo,
Aos poucos,
Domá-la...
Devagar, sem pressa...
Vejo o sol nascer
Aparentemente
Sem qualquer motivo
E assim como ele,
Amanheço sem
Razão aparente
Mas agora, com mil
E um motivos
Para te esperar...

                                                                Aline Monteiro


“Mas um dia, um dia desses qualquer,
Eu amanheço do teu lado...”
(Reator Sentimental - Alex Rodrigues)

domingo, 18 de setembro de 2011

Antídoto



Quando a tua voz silencia
Tudo em mim cala,
Morre como flor
Sem água.
Inanimada figura,
Um quadro pintado
Que se desgasta.
Desaparece
E ninguém se dá conta...
Mas teu sorrir aberto
Ou esboço dele
Tanto faz...
Sobre mim
Tem o mesmo efeito:
Acende luzes,
Desfaz mal entendidos,
Me abraça a alma
Me faz inspirar...
Expirar...
Compassadamente...
Assim que encosto
Meu ouvido
Sobre o teu peito...

                                                                   Aline Monteiro

"Tudo é tão meu
Quando você vem se chegando, chegando...
De um modo só seu..."
(Meu - Djavan)

sábado, 10 de setembro de 2011

Pouco poema



Cansei da minha aparência,
Enjoei do meu avesso...
Que parte minha
Ainda não conheço?
Estranho é o modo
Que tenho de me encontrar:
Poema lúcido,
Poema fragmentado
Ora firme, resolvido
Ora ausente, confuso...
Azul ou vermelho?
Qual era mesmo
A minha cor favorita?

                                                            Aline Monteiro


“Eu não pertenço à palavra. Pertenço a este lápis que me rascunha. E a esta borracha que depois me apaga.”

(Lídia Martins)

domingo, 4 de setembro de 2011

Mais




Foi um querer...
De todos
O mais sereno,
Sem pressa de acontecer.
Tão pouco explodir.
Guardado,
Secreta fonte
Da minha vaidade
Tão íntimo,
Tão meu...
Dói de saudade
Mas renova
Ao lembrar...
Não sei mais
Se é bem.
Sei bem
Mal é calar
Mesmo que
Isto que digo
Relapsa distração
Seja vapor das
“Calhas de roda”
De corações
Os mais tristes,
Os mais ausentes
Do amor
Não quisto
Não visto
Submisso
Partido,
Em milhões fragmentado
Sob o ar
Que dá a vida,
Deixa respirar
E me faz
Querer
O novo
De novo
Ainda mais vivo
Ainda mais intenso
Mais e mais
Mais e maior...

                                                                         Aline Monteiro


"Ainda há um pouco de seu gosto em minha boca [...]
Ainda há um pouco de seu fantasma, sua testemunha
Ainda há um pouco de seu rosto que não beijei [...]
Ainda há um pouco de sua canção em meu ouvido
Ainda há um pouco de suas palavras que eu desejo ouvir.
Pedras me ensinaram a voar
O amor me ensinou a mentir
A vida me ensinou a morrer
Assim, não é difícil cair
Quando você flutua como uma bala de canhão [...]
[...] e eu não quero perder
Não é difícil crescer
Quando você sabe que
Você simplesmente não sabe..."
(Cannonball - Damien Rice)