terça-feira, 7 de maio de 2013

Entre Linhas



Um poeta me abriu os olhos
Tocou de leve minhas mãos
Me arrebatou a alma e as cordas vocais
Me fez acreditar nas linhas
Do meu corpo que se estendiam
Às do caderno
São belas, dizia
Um poeta me abriu a voz
Me devolveu as flores,
O rumo, as malas...
Me fez dizer palavra escrita
Me fez dizer palavra falada
Cantada, encantada...
Um poeta me abriu os poros
Abriu a torneira que pingava...
Um poeta me inundou de versos...


                                                         Aline Monteiro


“Entrar na Academia já entrei
mas ninguém me explica por que que essa torneira
aberta
neste silêncio de noite
parece poesia jorrando...”                                                                        
(“Cabeludinho” – Poemas concebidos sem pecado – Manoel de Barros)