sábado, 16 de julho de 2011

Vidasolidão



Um cordel...
Apenas um cordel, amor
de quadra ligeira
Passageira feito chuva no sertão
que arranque esse vazio
que me deixou a solidão...
de mais uma partida
de quem arrisca sem medo
 se desplantar desse chão...
imaginando asas
pra bicho à quem Deus
deu apenas  vida...
sextilha improvisada, amor
Que dê sossego à solidão
Que a banhe num açude
De água escassa
Que a seque ao sol latente
Do meio-dia
À sombra imaginária
Da tua silhueta...
O que me mata de sede
É a ausência da tua saliva,
das lágrimas que derramaste
De saudade do teu cariri...
O que me mata de fome
É a falta do teu corpo
Escrevendo história
Pra quem carrega o dom
De enxergar beleza
camuflada aos olhos de quem
só sabe enxergar tristeza...
Septilha e oitava incomuns
Festejando teu regresso...
Um cordel
Apenas um cordel, amor...

                                              Aline Monteiro

Só eu sei teu nome mais secreto
Só eu penetro em tua noite escura 
Cavo e extraio estrelas nuas
De tuas constelações cruas
Abre-te Sésamo! - brado ladrão de Bagdá
Só meu sangue sabe tua seiva e senha
E irriga as margens cegas


De tuas elétricas ribeiras,
Sendas de tuas grutas ignotas
Não sei, não sei mais nada
Só eu sei que canto de sede dos teu lábios
Não sei, não sei mais nada


(Teu nome mais secreto - Waly Salomão)

10 comentários:

Thiago Soeiro disse...

Muito lindo este poema! A cada dia tu me surpreende mais Aline.

Lara Utzig disse...

"O que me mata de sede
É a ausência da tua saliva"

ADOREI ISSO.

Unknown disse...

Eita saudade... estou sentindo a mesma coisa... Abraço

Cris Barros disse...

"Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu...", foi esse o fundo acústico criado pela imagem que tive assim que li mais esse filhinho das tuas entranhas.

E que lindo hein?! lindo, enxergar beleza, amor e poesia em um lugar que nunca se viu e se conhece justamente pela miséria que assola.

É um cordel, amor... e que volto a repetir... que lindo!

Aline Monteiro disse...

Ah Cris! és fina, não tem jeito! srrs
E tu sempre me emocionando com teus comentários, sempre me incentivando a não desistir, a não parar no tempo... eu sei que tu vais me cobrar as consultas poéticas e os direitos autorais da tua vida e tal agora que vou trabalhar mas te digo o que me cobrares jamais será justo...
julho é tão bonito né? esse ano parece estar com um brilho diferente... (eu sei que tem festival do camarão, mas não é isso...srrs)

Cris Barros disse...

Eu sou mesmo, tu não estais mentindo não! rsrsr
E julho está mais lindo pq é meu aniversário e esse ano é idade par!

Aline Monteiro disse...

srsrrs
E o que significa essa "idade par", Dona Cristiani Barros?

Cris Barros disse...

significa que eu estou propícia a receber felicidade tdo em dobro... e presentes tbm!

Simples assim.

Aline Monteiro disse...

isso não é nem uma indireta é um tapa na cara! srrrss

Cris Barros disse...

simmmm num era pra essa blog tá em festa hj?

Cadê???