Eu poderia te escrever mil poemas
Até que chegasse o dia
Em que te conheceria
Sem paredes
Sem vidros
Sem janelas
Até que minhas palavras
Todas se esgotassem.
Eu compreenderia a tua surpresa, o teu espanto.
Eu te entenderia se não acreditasses em nenhuma delas.
Eu te pediria perdão
Por não ter nada a dizer
Por acreditar que esse momento fora apenas um sonho.
Um sonho fora do meu domínio
Como minhas ações e gestos,
Minha respiração e
A palidez do meu rosto.
Estranhamente, te pediria que fosses embora
Para sempre!
E assim eu pudesse voltar a sonhar
O mesmo sonho, repetido em todas as noites
Em que cubro o teu corpo
Com todos os poemas que já te escrevi.
Aline Monteiro
Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor ?
Será que vela como eu ?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim ?
Onde estará o meu amor ?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor ?
(Onde estará o meu amor – Chico César)