sexta-feira, 22 de abril de 2011

Boa Sorte



Apesar de tudo
Não consigo desejar
Nada absurdo ou ruim
A qualquer pessoa que seja
Muito pelo contrário
Gostaria que todos
Com suas histórias, casos,
Dramas e indecisões
Tivessem um final feliz.
Mesmo sem conhecê-los
Sem saber de suas particularidades
Sem entender suas maiores aspirações,
Seus medos, seus pecados.
Afinal do que me adiantaria sabê-los?
às vezes parece que somos castigados
por pensar no que é condenável
por outras glorificados
pelo pensamento mesquinho e medieval.
Há fatos que jamais serão entendidos.
E aquelas perguntas mais perturbadores
Começam a se instalar em sua rotina para lhe acompanhar
Pelo resto da vida porque jamais
Serão respondidas.
E novamente me encontro entre dois caminhos:
A racionalidade de Sócrates
E o realismo de Nietzsche.
E antes de decidir
Lembrei dos sonhos,
Dos longos caminhos,
Do poder que a luta tem
De movimentar qualquer coisa.
Quando venci
Os livros continuaram na estante
As gavetas permaneceram intactas...
E a folha de papel ficou em branco.
 Mas hoje me peguei
Arrumando as mesmas gavetas,
lendo os mesmo livros
E no final das contas, me decidi a favor da luta
Desde que não atente contra à vida.
E naquela folha em branco
Escrevi este poema.
Inevitavelmente me perguntei
O que teria me levado à derrota
Talvez a fé que sempre
Me pareceu insuficiente, pequena
Ou quem sabe a sorte
Que parece me faltar
Quando mais preciso dela...
Se o que se sonha
Não depender apenas da própria vontade
Então é isso que eu desejo:
Sorte.
Para o desespero, para o desencontro
Para a dúvida, para a perda...
Muito boa sorte.

                                                               Aline Monteiro

“Recomeçar é doloroso. Faz-se necessário investigar novas verdades, adequar novos valores e conceitos. Não cabe reconstruir duas vezes a mesma vida numa única existência. Por isso me esquivo, deslizo por entre as chamas do pequeno fogo, porque elas queimam. E queimar também destrói”.
Caio Fernando Abreu
(Itinerário – Inventário do ir-remediável)

6 comentários:

Anônimo disse...

Estou passada aqui,
Lindo demais esse poema,
Vc escreve super bem,
Parabéns!

Aline Monteiro disse...

Obrigada!
e eu ainda com aquelas fotos LINDAS do teu blog na cabeça!

alice Ferreira disse...

Lindo mesmo,parabéns *-*

taio disse...

gracias por postar el simbolo de la suerte,a ver si me toca la loteria,te quiero

breno disse...

est un de mes favoris, eh bien, incroyable de voir comment vous mettez les mots d'une manière intéressante qui me fait lire le poème de la fin.

Aline Monteiro disse...

merci, mon amour!
je t'aime beaucoup, toi e tes commemtaires!
bises