terça-feira, 24 de agosto de 2010

Deserto


Há quem diga que deserto é solidão.
A ausência do outro nos isola.
Mas não há pior solidão
Quando rodeados de gente
 Ainda assim, nos sentimos vazios.
E nesse deserto da minha solidão
Caminho por horas sem parar
O corpo reclama
A sede é tanta
Que não consigo diferenciar
O real do imaginário
Mas qual foi o meu pecado?
Sonhar?
Acreditar?
Talvez tenha sido Tentar...
Parece loucura querer tocar o Oasis,
Matar a sede com o vento,
Refrescar-se com a areia
Mas por alguns minutos
Senti a minha sede se esvaindo
Como a gota de chuva
Que se evapora com
O calor do sol...



Aline Monteiro

7 comentários:

Cris Barros disse...

Realmente não existe pior deserto do que o da alma... aquele que nos faz sentir uma solidão acompanhada ou ainda como diria Bial: "sentir a presença da ausência" e isso dói, pertuba, angustia e machuca. E nós, amiga, nós não sabemos sofrer por sofrer,precisamos de motivos concretos e relavantes como justificativa para o fato de nos encontrarmos nesse deserto. E muita das vezes, na maioria delas acabamos atribuindo a nós mesmos a "culpa".
Entretanto, se passarmos a olhar com mais carinho para dentro nós, e fizermos conosco aquilo que fazemos pelos outros, nesse momento descobriremos que o pecado, a falha não está em sonhar, em acreditar ou na consequência das duas ações: TENTAR. A bobeira é de quem têm ou teve a oportunidade de tocar o Oasis conosco e teve medo de se deixar levar pelo vento ou molhar-se com as gotas da chuva juntamente conosco.
Perceba que usei "nós", porque assim como tu, ás vezes me encontro nesse deserto... mas quando percebo que ando vagando por lá, logo dou um jeito de fazer uma festa e quem sabe atrair um ALIBABÁ, na falta deste faço a festa do mesmo jeito... porque enquanto existir o NÓS podemos até nos sentir, mas nunca nunca disso eu tenho a certeza estaremos sozinhas.

bjos.

Moi

Cris Barros disse...

e ah... coisa mais feia esse lençol e essa menina...


Ekaaaaaaaa

Aline Monteiro disse...

Como sempre a Cris roubando a cena aqui no meu modesto blog... Ela é especialista nisso! mana, q lençol já, ta doida?srsrs é uma menina abraçando alguém, gostei dessa imagem pq gosto d imaginar que quem ela abraça é a própria sede dela,e eu vejo a sede como alguma dificuldade que ao abraçá-la a menina poderá conhecer a si mesma e encontrar uma solução...Pois é amiga, o oásis só existe pq tem um deserto e esse é o papel dele fazer valer a pena atravessá-lo para chegar na recompensa...Como é bom encontrar alguém que acredite também nesse oásis e q ainda por cima nos apoie e não nos permita deixar d acreditar nele!

Cris Barros disse...

ahhh mana, então embrulha os dois...

Mas é legal essa ideia...
E legal mesmo e o encontro de nós no oasis... sabias que eu ainda quero chegar lá?
Apesar de tudo, eu quero.

Aline Monteiro disse...

poema especial...
meu poema nº 100...

Cris Barros disse...

Volto ao teu centéssimo poema para te dizer que hoje cedo estive neste deserto... Minh'alma se sentir tão sozinha, que eu pude ouvir eco do meu choro e das lágrimas caindo no chão... Hoje estou sozinha, e por mais que gritem, sinto que demorarei para encontrar o caminho de volta...

G.Pereira disse...

Não ter medo de ficar sozinho, já é um avanço antes que essa época de vazio chegue.
Como tudo tem seu lado positivo e negativo, na chegada da solidão procuro ver apenas o positivo, aprendizagem.
Eu posso descrever o meu deserto, por que eu o sinto constantemente...
às vezes penso não ter fim. E sem receio eu o abraço, eu me abraço.


beijos, te sigo meu bem!