segunda-feira, 23 de abril de 2012

Algumas verdades



Andei distraída
A ponto de tropeçar
Em minhas próprias conclusões
Lá vem mais um sermão
Você também distraído pensa
Sinto lhe desapontar
Se a palavra é comum ao homem
Visto minha carapuça
E destravo a boca pra dizer
Chegou a minha vez!
E como filho rebelde
Aluno desobediente
O vilão da história
Me joga na cara
Meu silêncio
Minha meia vida
De mudez
Insensatez mudar o time que ganha,
Passeia na partida.
Goleada dói tanto...
Mas se o fim ainda não veio
Porque o lamento?
O jogo só acaba quando termina,
Ouvi dizer...
E digo a quem
Me virou as costas
Fez cara feia à minha roupa,
Meu cabelo ao vento,
Meus pés não chão
Que me faça um favor
Que diga aos
Meus sonhos antigos
Que me perdoem,
Que me perdoem as amarras!
Atadas pelas
Minhas próprias mãos
Tão desiludidas
Que um dia se encantaram com
O brilho da novidade
Com o calor do conhecimento
Sedutor, atraente, escorregadio...
Que você, minha inocência
Volte logo para casa
Que preciso dos meus
Sonhos, urgentemente!
Me aquecendo a memória
Me contando historinhas
Para dormir
Historinhas de quando
A poesia encantava
E não desmistificava...
Do tempo em que a brisa
Fresca da tarde nos sorria
Fazendo cócegas em nossas faces
Nos convidando a sorrir também
Do tempo do vermelho do entardecer
Transbordando fúria
Fúria tão bonita de se ver...
Por isso, retorno ao jogo
Reclamo meus acréscimos!
Uso minhas alterações,
Minhas cartas na manga
Minha estratégia já vencida
Conhecida, convencida...
Em que aposto
Todas as fichas
Até a última gota,
Até o último fio
de minha esperança...
No fim o placar
É apenas um detalhe
Para mim
Que há algum tempo
Já aprendi a perder...


                                                          Aline Monteiro ou Cris Barros




“Dirão que passou de moda a loucura,
Dirão que a gente é má e não merece,
Mas eu seguirei sonhando travessuras.”
(Sílvio Rodriguez) 

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