terça-feira, 21 de setembro de 2010

Destino



A poesia me chamava,
Gritava pelo meu nome
E não havia nada que eu pudesse fazer
A não ser escrever, descrever, reescrever,
Tudo o que via.
A lua se vestia da noite
Para que eu a iluminasse em versos.
A chuva caia absurdamente forte
Para molhar as ruas
Que queimavam ao entardecer.
O vento suave e silencioso
Não soprava à toa.
Todas as noites estrelas desnudas
Me engoliam na imensidão escura.
E era a minha alma que se entregava
Insana e livre.
Sem regras, sem redomas
Sem medo.

 
Aline Monteiro

Um comentário:

Cris Barros disse...

Incrível… às vezes em que me perco acabo me encontrando de tal forma, que chego a passar horas e mais horas num êxtase que não tem fim.
Adoro ser a desconhecida, a grande surpresa, o imenso desejo capaz de fazer gritar pelo meu nome aquele que não o sabe direito, mas que na fissura o inventa de tantas maneiras que é impossível não me reconhecer.
Faz surgir borboletas no meu estômago a sensação secreta de brincar com o outro, de fazê-lo tentar descobrir o que se passa em minha mente quando eu estou lhe despindo com os olhos, sem dizer nada, sem fazer nada e a parti disso dar a entender que quero tudo, que posso tudo... que sou tudo.
E nesse exato momento, já em frêmitos da alma alheia que a minha começa a bulir e então me transformo na fera indomada, como uma cobra que dá o bote certo e que a partir daí só soltará a sua presa quando ela já estiver completamente, totalmente e plenamente embriagada pelo meu veneno.

P.S: O chocolate ainda derrete na minha boca e eu acho que ontem a noite foi boa. :)